"Seja você mesmo! Como?" – A Identidade Autêntica no Treinador Esportivo
Introdução
“Seja você mesmo!” – esse é o conselho emblemático deixado por Jesús Candelas, um dos grandes nomes do futsal mundial, para os novos treinadores. Mas transformar essa frase em prática diária dentro do universo competitivo do esporte de alto rendimento não é simples. Em meio à pressão por resultados, expectativas externas e a tentação constante de copiar modelos vencedores, muitos treinadores se perguntam: como encontrar minha identidade como líder de equipe?
Este artigo explora, de forma técnica e aplicada, o que significa “ser você mesmo” na função de treinador esportivo. A proposta é refletir sobre a autenticidade na liderança, identificar os riscos da imitação e apresentar caminhos para o desenvolvimento de uma identidade sólida, coerente com os próprios valores e com as exigências do futsal adulto competitivo.
1. A origem da identidade: entre influências e essência
Todo treinador é fruto de experiências, formações, referências e vivências. No início da carreira, é natural buscar espelhos — seja em ídolos, mentores ou modelos de sucesso. No entanto, a armadilha aparece quando a cópia substitui a construção da própria essência.
Ser você mesmo não significa ignorar influências, mas sim organizá-las, processá-las e integrá-las de forma autêntica. É filtrar o que faz sentido, adaptar à sua realidade e transformar em ação consciente.
Exemplo prático:
Um treinador jovem que admira Diego Giustozzi pode se inspirar em sua intensidade, mas deve avaliar se seu perfil comportamental e seu grupo de atletas respondem da mesma forma àquele estilo.
2. A autenticidade como ferramenta de liderança
A autenticidade gera confiança, e confiança gera adesão. Equipes adultas valorizam treinadores que sabem o que estão fazendo, mas também sentem quando um líder está interpretando um papel. Isso mina o vínculo. O treinador que é coerente entre o que fala, faz e representa, naturalmente inspira.
Ponto-chave:
"Quando você lidera com sua verdade, você cria um ambiente onde os outros também podem ser verdadeiros."
3. Entre a rigidez e a complacência: o equilíbrio autêntico
Ser você mesmo não significa ser teimoso ou inflexível. Tampouco é abrir mão dos princípios para agradar o grupo. A arte está em encontrar o ponto de equilíbrio entre:
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Rigidez consciente: manter valores inegociáveis (respeito, entrega, responsabilidade);
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Flexibilidade tática e relacional: adaptar a linguagem, escutar o grupo, redesenhar rotas.
Dica prática:
Construa uma matriz de princípios não negociáveis x áreas abertas à adaptação. Isso traz clareza e evita conflitos internos.
4. Autoconhecimento e feedback: o espelho necessário
Autenticidade exige autoconhecimento. Muitos treinadores repetem discursos que “acham corretos”, mas que não condizem com suas ações ou perfil emocional. Ferramentas como o DISC, rodas de feedback com comissão técnica e diários reflexivos ajudam a desenvolver clareza de quem você é como treinador.
Exemplo aplicado:
Durante a pré-temporada, convide a comissão para uma análise de estilo: “Quais são meus pontos fortes e fracos enquanto líder?” A maturidade para ouvir e ajustar é sinal de força, não de fraqueza.
5. O treinador como projeto em evolução
“Ser você mesmo” não é um ponto fixo. É um processo em construção contínua. Identidade técnica e comportamental se moldam com os anos, desde que haja consciência do caminho e abertura para o aprendizado.
Referência inspiradora:
Jesús Candelas, em sua trajetória, adaptou sua abordagem sem jamais perder sua essência: o treinador estudioso, apaixonado por detalhes e comprometido com o jogo.
Conclusão
“Seja você mesmo” é mais do que um conselho motivacional. É uma diretriz profunda, que exige coragem, análise, reflexão e prática diária. O treinador autêntico constrói vínculos sólidos, toma decisões alinhadas aos seus valores e lidera com mais liberdade. No fim, a sua maior força está em ser inteiro, coerente e verdadeiro.
Você já parou para refletir sobre quem você realmente é como treinador? Quais valores te guiam dentro e fora da quadra? Compartilhe sua visão nos comentários, envie para um colega que está começando a jornada no futsal e siga nosso conteúdo para mais reflexões e práticas sobre coaching esportivo de alto nível.
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